Nietzsche traduz bem este turbilhão chamado vida. É preciso que se diga: vivemos sempre mordendo a isca. Vivemos sempre mordendo a língua. Nas teias dos significados somos moscas e somos aranhas. Redimensionamos conceitos cristalizados outrora formulados acerca dos outros e de situações vividas. Assistimos, impávidos, a areia escorrer por entre nossos próprios dedos de nossas mãos abertas, enquanto nos maldizemos de todo o tudo. Vão-se os anéis, também os dedos. Viramos as páginas do nosso livro-vida onde dormitarão amareladas nossas amarguras e desapontamentos. Razão, tinham os Beatles: “Let it be!” Mas não queremos fazer os papéis de gladiadores patéticos no centro da arena rodeados de gargalhadas e deboches. Marx, o Karl, no auge da sua lucidez vaticinava: “não é a história que usa o homem como meio de atingir seus fins. É o contrário!” Não vivemos. Não convivemos. Vamos sobrevivendo às contendas definidas nas antevésperas. Todavia, uma vontade contumaz: caminharmos atentos e de queixos firmes; olhos, gigantes faróis; braços que não devem fraquejar. N'algum lugar nasce o sol, n'algum lugar uma ave voa.
Simão de Miranda
Um comentário:
O tempo passa, mas os sonhos verdadeiros se realizam, os grãos de areia são promessas de riqueza e descendencias, o homem é comparado a àguia que voa em busca de refugio para se renovar a cada dia. Portanto o homem é um ser que faz historia a fim de atingir seus fins e encorajar o outro a crescer. Pense nisto...
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