Catálogo de Obras do Autor

quarta-feira, 27 de junho de 2007

CANTO ABERTO AO CERRADO



Brasília, estás tão dentro de mim que acabo amando-te. Tão áspera, mas tão humana; tão abrasiva, mas tão linda. Estás incrustada em mim como eu em ti. Pérola na ostra. Até parece que sou mais uma árvore no teu cerrado, com as raízes presas definitivamente nas tuas entranhas.
Brasília, menina, moça, senhora, dama de cabaré que se oferece inteira abrindo as asas e cruzando os eixos. Nossas aberrações e contradições periféricas provam somente que a semente no tão cerrado já é adulta e dá frutos.
Brasília, estás tão dentro de mim que, que por mais que me esforçe, não consigo odiar-te. Após nossas brigas, sempre acabo amando-te muito mais. É por isso que, quanto mais próximo do azul do teu céu eu me aproximo, mais medo de filosofar eu tenho.


Simão de Miranda

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